sexta-feira, 16 de março de 2012

A dança II

Quero sentir do teu amor
Teus belos lábios molhados

Teus olhos semi-serrados

De tua expiração o calor


N’outros lábios me afogarei

Lentamente inspirará

C’os lábios não vou parar

Até sentir que te embalei


Colados vamos dançar

Ao som da respiração

No suave ritmo do mar


Ao fim, como tsunamis

Todo amor dentro de nós

Devastará os certames...

quinta-feira, 8 de março de 2012

A Casa do Som Nascente

De seus ouvidos o sangue já escorria -
penetrava nas costeletas tão bem aparadas
e que fazia questão de manter - mas já não importava.
Estava em transe tamanho, num contínuo estado de êxtase,
maior que qualquer indução sinteticamente alucinógena.
Seguia as batidas, a marcação, as variações e todos os efeitos,
lançando-se, ao ver, lancinante sobre os próprios pés.
E o mundo gira, a vida gira, o corpo em clima,
a mente em pira.
E desfaleceu, como se a alma houvesse encontrado
o reino da paz e da harmonia e
quisesse nunca mais voltar...