quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Tempos modernos

Nestes tempos desgarrados,
dos Anjos me ressalta à mente.
Me recordo os vermes da Terra,
devorando as entranhas da gente.

Se vê que, neste mundo de sangue,
a ganância e a ignorância rastejam,
chafurdando os corpos em carniças,
que os obesos abutres almejam.

Onde estão as verdes gramas
e o florescer da primavera?
Existirá, ainda, um nobre futuro
onde a áurea modernidade impera?

Afinal, um dia, o suntuoso progresso
obliterará a tribal selvageria?
E, por enquanto, seguimos à deriva
na nata promessa de uma Virgem Maria...

A viola que partiu

Nessas horas em que não sinto, em dormir, vontade
e que se desaconchega minha alma idiossincrática.
No meu peito, sinto falta da serena intensidade
- da voz e do corpo - da minha guitarra clássica...