sábado, 29 de agosto de 2009

Mesmo sabendo das consequências

Caminho sozinho à noite
a chuva começa a cair em pingos fracos
mesmo sabendo das consequências
acendo mais um cigarro
Caminho a passos lentos
a rua vazia em tons amarelados da iluminação
o cigarro acaba
mesmo sabendo das consequências
atiro a bituca ao chão
Minha mente desligada do corpo
não se importa com qualquer perigo
a gelada chuva agora cai pesada
mesmo sabendo das consequências
não procuro abrigo
Sinto o ar que gela os pulmões
penso na falta que ela me faz
ela que nada quer comigo
mesmo sabendo das consequências
empunho meu celular e para ela eu ligo

Retrato

Hoje vi em sua fotografia não apenas um retrato,
mas um atentado aos olhos mais puros,
provocação aos olhos mais conservadores,
detenção aos olhos mais apaixonados,
visão aos olhos mais incrédulos,
perfeição aos meus...

domingo, 2 de agosto de 2009

Adeus

Geladas lâminas que atravessam o peito,
um sangramento que não se pode estancar.
Os olhos dela foram o próprio leito,
a fria cama onde fui deitar.

O perfume de suas flores amargas,
o trovão saiu de sua garganta,
a chuva inundou minha alma,
o diabo lenvanta, sorri e canta.

Ela que foi a mim um eterno verão,
de brisas quentes e tempo bom.
O inverno chegou sem pedir,
sem que ao menos eu previsse.

A única palavra que não queria ouvir,
foi a única palavra que ela disse.

Renascimento

Tempos atrás era eu um anjo, porém por capricho cortaste minhas asas.
Caído no limbo, sentado, derrotado, as lágrimas de mágoa escorriam em minha face.
Entretanto, a esperança renasceu, ganhei novo par de asas.
Sobrevôo agora sobre infelizes mortais
com as flamejantes asas de fogo que o diabo me deu...